quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uns vendem o corpo, outros vendem arte. E são todos prostitutos

"Dois são homossexuais, um é heterossexual. São prostitutos brasileiros ilegais e vivem em Lisboa." O esclarecimento é dado por John Romão no início da peça Velocidade Máxima, que passou este fim-de-semana pelo Citemor, Festival de Teatro e Cinema de Montemor-o-Velho (que decorre até sábado, dia 15).
Depois o encenador diz que "nenhum dos prostitutos está aqui para foder". O objectivo é outro: mostrar, com mais ou menos demagogia, que na vida real os trabalhadores do sexo são exactamente iguais aos artistas portugueses. Como? John Romão explica que os prostitutos se vendem o melhor que podem e inventam esquemas para sobreviver. Os artistas também: "Tomam cafés no Chiado e copos no Bairro Alto com os programadores de teatro, fazem amizade com jornalistas que lhes podem dar protagonismo e, se são velhos na área, sentam-se à sombra dos subsídios do Estado."
[no jornal i, hoje; foto: Dora Nogueira]